domingo, 12 de julho de 2009

PRIVATIZAÇÕES NO BRASIL – SUCESSOS E FRACASSOS

Fui dá uma olhada no excelente site Vi o Mundo, do grande jornalista Luiz Carlos Azenha do qual sou seguidor, e lá encontrei um texto que me motivou a escrever sobre algo que há tempo vinha pensando, porém sempre adiando. Trata-se das privatizações dos serviços de telefonia e de energia elétrica, sobretudo. Ou sobre a qualidade desses serviços.

A metéria, intitulada Fracasso Generalizado, fala da ineficiência dos serviços de telefonia em Banda Larga oferecidos pela Telefonica, empresa espanhola controladora dessa atividade em São Paulo.

Aliás, a Telefonica não é o único ente eneficiente e incompetente nessa história de prestação de serviço público. O texto do Vi o Mundo – que é uma reprodução do Correio da Cidadania, de 09/07 e atualizado pelo Azenha, em 12/07 – aponta também a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) como sendo incapaz de fiscalizar e regular as grandes empresas de telefonia no País e não apenas a Telefonica, em São Paulo.
(A título de contribuição para com o direito de todos à boa informação, reproduzirei a seguir a referida matéria, na verdade, uma entrevista com o jornalista Gustavo Gindre, recentemente indicado para o Comitê Gestor da Internet no Brasil).

No Pará existe uma empresa de telefonia, a TIM que, se nada for feito, a qualquer dia desses se iguala à Telefonica por prestar um serviço que há muito se encontra sucateado e parece fazer também uso de tecnologias obsoletas.

A qualidade do serviço da TIM no Pará, em particular nas cidades interioranas, deixa muito a desejar.
Usar a telefonia móvel da TIM é sempre um desafio à paciência e à sorte. Tem momentos – e são quase todos – em que a TIM simplesmente não funciona: inexplicavelmente o telefone sai da área de cobertura e a ligação é desconectada. Uma aberração.

Só há dois quesitos nos quais a TIM é campeã: no custo de suas tarifas e no de reclamações nos órgãos de defesa dos consumidores. Isto porque ligar para TIM não resolve. As pessoas ficam sendo passadas de um para outro atendente. Isso quando não são obrigadas a ouvirem aquela musiquinha chata e a voz fanha pre-gravada de uma secretária eletrônica que as fazem usar todas as teclas e dígitos do aparelho.

Tal qual a ANATEL, que regula a telefonia no Brasil, a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) não cumpre a contento com suas obrigações de fiscalizar e regulamentar as atividades das empresas de energia. Pelo menos no Pará e na minha cidade (Santa Maria do Pará).
Aqui a concessionária é a REDE Celpa. Esta empresa vem minando a paciência da população. A falta ou a queda de energia é rotineira e quase sistmática. Quando não ocorre pela tarde ou à noite, se dá em plena madrugada.

Agora, tem uma ocasião excepcional que independe da hora para a Celpa deixar a cidade às escuras: quando chove. E não precisa chover torrencialmente, não. Qualquer chuvinha mesmo, às vezes alguns chuviscos ou a presença de nuvens escuras no horizonte e...

É um vai e volta de energia e um pisca-pisca de lâmpadas, que tudo fica parecido a uma árvore de natal. Só que não tem graça nenhuma, pois alguns equipamentos não resistem a essas quedas e aumentos de voltagens, e acabam “queimando”.
Aí a Celpa faz de tudo para o consumidor afirmar que tudo foi causado por um fenômeno da natureza, um raio, por exemplo.

O pior é que ao faltar a energia, com ela faltam a água e o próprio telefone da TIM fica sem serviço. Suponho que a atena repetidora desta operadora na cidade dependa do fornecimento de energia para o seu funcionamento.

O interessante é que fica no Pará a maior usina hidrelétrica do Brasil (a de Tucuruí), mas aqui se tem uma das tarifas mais caras e um dos piores serviços de energia prestados por uma concessionária do País.

Isso só vem a evidenciar ou ratificar o que diz o entrevistado pelo Correio da Cidadania. Se por um lado as privatizações obtiverem êxito e contribuíram para o desenvolvimento de determinados setores do País, por outro, a qualidade dos serviços oferecidos ao consumidor e a incapacidade do Estado em fiscalizar e regular as concessionárias através de suas agências, mostra que o sucesso das privatizações é relativo. Já não se pode dizer o mesmo dos fracassos.
Basta ler a entrevista.

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